Entre montanhas que parecem tocar o céu e lagos de um azul hipnotizante, o Circuito W em Torres del Paine se revela como uma das experiências mais transformadoras para os amantes de natureza. Esta trilha de 80 km, desenhando um “W” perfeito no mapa, não é apenas uma caminhada – é uma jornada pelos extremos da beleza patagônica.
A Magia do Circuito W
Imagine-se diante das icônicas Torres del Paine: três gigantes de granito com 2.850 metros de altura, esculpidas pela força implacável da natureza há 12 milhões de anos. Este é apenas o começo da aventura que atrai mais de 250.000 visitantes anualmente a este parque de 227.298 hectares, declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1978.
A trilha em formato de “W” recebe este nome por conectar três vales principais: o Vale do Ascencio (que leva às Torres), o Vale do Francês (no centro) e o Vale Grey (onde repousa o majestoso glaciar). Cada passo revela um novo cartão-postal natural.
Como Chegar ao Paraíso Patagônico
A aventura começa com um voo até Punta Arenas, a 226 km do parque. Dali, ônibus regulares (US$15-20) levam até Puerto Natales, a porta de entrada para Torres del Paine. Após uma noite nesta charmosa cidade portuária, um transporte de 2 horas (US$25) completa o trajeto até o parque.
Curiosidade: Puerto Natales era originalmente um pequeno povoado de pescadores e criadores de ovelhas. Hoje, 90% de sua economia gira em torno do turismo para Torres del Paine!
Os Cinco Imperdíveis do Circuito
Base das Torres: Após 9 km de subida (800m de elevação), você é recompensado com a vista das três torres refletidas em um lago glacial. Dica de ouro: chegue antes do amanhecer para ver as torres se tingirem de vermelho – fenômeno conhecido como “alpenglow”.
Vale do Francês: O coração geográfico do parque. Aqui, a cada 30 minutos em média, você ouvirá o estrondo de avalanches distantes caindo do Glaciar Francês – um espetáculo sonoro e visual único.
Glaciar Grey: Este gigante de gelo de 6 km de largura e 30 metros de altura retrocede cerca de 15 metros anualmente devido às mudanças climáticas. Os icebergs que dele se desprendem contêm ar comprimido de mais de 2.000 anos!
Los Cuernos: Estas formações de 2.600 metros apresentam um fenômeno geológico raro – camadas pretas de sedimentos marinhos sobre granito claro, criando seu aspecto de “chifres” que dá nome à formação.
Lago Pehoe: Suas águas turquesa contêm partículas minerais glaciais tão finas que refletem a luz de maneira única, criando tonalidades que mudam conforme a posição do sol.
Planejamento Prático
O Circuito W exige 4-5 dias, idealmente entre novembro e março, quando as temperaturas variam entre 5°C e 15°C. A entrada no parque custa 25.000 pesos chilenos (aproximadamente US$30) e as reservas para os refúgios (US$50-90/noite) ou campings (US$10-15/noite) são obrigatórias e devem ser feitas com 6 meses de antecedência.
Surpreendentemente, apesar da localização remota, 98% do circuito tem cobertura de emergência via rádio – um conforto para os aventureiros preocupados.
O Que Levar na Mochila
Além do equipamento básico de trekking, não esqueça:
- Protetor solar fator 50+ (a radiação UV é 40% mais intensa na Patagônia)
- Luvas e gorro (mesmo no verão, os ventos podem atingir 100 km/h)
- Câmera à prova d’água (você vai querer registrar cada momento)
A Experiência Transformadora
O Circuito W não é apenas uma travessia física – 73% dos visitantes relatam uma profunda mudança de perspectiva após completá-lo. Talvez seja o encontro com os 118 tipos de aves, os guanacos curiosos (primos selvagens das lhamas) ou simplesmente a vastidão da paisagem que nos faz sentir simultaneamente pequenos e parte de algo grandioso.
Como disse Bruce Chatwin, famoso por suas crônicas sobre a Patagônia: “Na Patagônia, você tem a sensação de que os humanos acabaram de chegar e ainda não deixaram sua marca. É como ver o mundo no primeiro dia da criação.”
Prepare-se para uma jornada onde cada passo conta uma história, cada vista desafia a imaginação e cada momento se torna uma memória indelével. O Circuito W espera por você – está pronto para este encontro com a Patagônia deslumbrante?
